O Arqueiro - Bernard Cornwell

segunda-feira, 29 de julho de 2013 Marcadores: , ,

Título: O Arqueiro
Autor: Bernard Cornwell
Série: A Busca pelo Graal #1 
Editora: Record
Ano: 2003
Páginas: 450

Sinopse: Aos 18 anos apenas, Thomas vê o pai morrer em seus braços após um ataque-surpresa à aldeia de Hookton. Um lugar simples que escondia um grande segredo: a lança usada por São Jorge para matar o dragão, uma das maiores relíquias da cristandade. Em busca de vingança contra um homem conhecido apenas como Arlequim, o rapaz, um arqueiro habilidoso, se junta ao exército inglês em campanha na França, onde se envolve em batalhas e aventuras que, sem perceber, lançam-no na busca do lendário Santo Graal. Com este romance, o autor usa o cenário da Guerra dos Cem Anos para dar início a uma saga empolgante.
Avaliação: 5/5 estrelas

"- Então o senhor quer que eu perambule pela Terra à procura de um prato de camponês? - perguntou Thomas.- Deus quer - disse o padre Hobbe - e por um bom motivo. - Ele pareceu triste. - Existe heresia em toda a parte, Thomas. A Igreja está cercada. Os bispos, os cardeais e os abades são corrompidos pela riqueza, os padres das aldeias são fritos na ignorância e o diabo fermenta o seu mal. No entanto, há alguns de nós, uns poucos, que acreditam que a Igreja pode ser revigorada, que ela pode tornar a brilhar com a glória de Deus. Acho que o Graal poderia fazer isso. Acho que Deus escolheu você." p. 330
 
 
A Idade Média foi um período histórico conhecido como Idade das Trevas. Foi nesse período que predominava  o poder da Igreja, e onde o poder politico era descentralizado entre os feudos, somando a relação de suserania e vassalagem. Além disso, teve-se grandes acontecimentos nesse período, como a Guerra dos Cem Anos, conflito entre França e Inglaterra. Bernard Cornwell, conceituado autor britânico, usa-se desse cenário para escrever a trilogia A busca pelo Graal, iniciada pelo O arqueiro.
 
Estamos em pleno século XIV. Thomas é um jovem de 18 anos, apaixonado pela arquearia. Seu pai, que é padre da cidade, é contra essas práticas, e acredita que o filho deve ser padre. Os dois vivem se desentendendo. Só que na véspera da Páscoa, a cidade é atacada, e seu pai é assassinado. O responsável por tudo aquilo é apenas conhecido como Arlequim. Além disso, a lança de São Jorge, usada para matar o dragão, foi roubada. Thomas promete ir atrás dos culpados e recuperar a lança. Para isso, ele acaba entrando no exército inglês, e sua aventura se cruza mais tarde com a busca pelo Santo Graal.
 
Quando comecei o livro, não tinha grandes esperanças que aquela leitura fosse vingar. Apesar disso, comecei a leitura sem nenhuma expectativa. Bernard apresenta seus personagens, sua história, o local onde acontece. Tudo de maneira bem descritiva, ao mesmo tempo que chama o leitor para uma aventura. Confesso que até entender quem era amigo e quem era inimigo, demorou um pouco. Quando chegamos ao final da primeira parte do livro, a narrativa se torna cada vez mais intensa, e você não quer  outra coisa a não ser estar com o livro.
Bernard sabe desenvolver uma cena, a ponto de fazer o leitor imaginá-la, e sem se tornar cansativo. Ao mesmo tempo que você se aventura pela história, você sente raiva em alguns momentos, alegria em outros. A crueldade que ele trata em algumas partes do livro é tanta, que você tem vontade de jogar o livro longe. 
 
Desde o primeiro momento se mostrou um livro com uma narrativa para se desfrutar, não apenas para ler o mais rápido o possível (contudo, chega um momento que você quer saber aonde isso vai levar). Cornwell mostra que tem talento e sabe das coisas. A maneira com que ele constrói a cena, com as técnicas de combate e o conflito propriamente dito são de maneira tão intensas, que parece que aquilo realmente aconteceu. No final do livro, há uma pequena nota histórica, comentando o que é realmente verdade e o que é ficção. 
Thomas foi um personagem bacana de se conhecer. Um dos pontos que mais gostei na construção do personagem, e depois no desenrolar da história foi a maneira com o que o autor colocou ele diante de uma situação tão horrível, que foi a morte de seu pai. Foi como se Bernard desse um chacoalhada em Thomas para ele acordar para a vida, e a partir dali, se tornar uma pessoa mais forte. Ao longo da história, vimos uma grande mudança no protagonista. Um amadurecimento, para ser mais sincero. Nesse ponto, me fez lembrar do Ezio Auditore, protagonista de Assassin's Creed. As semelhanças estão estampadas, mas mesmo assim, ambos tem características diferentes. 
A narrativa em terceira pessoa auxiliou bastante para não tornar a história cansativa. Ora era Thomas que contava a história, ora era outro personagem, até mesmo seus inimigos, já que dessa maneira, podemos ver a história sobre outros pontos de vista. Além disso, essa busca por justiça ensinou a Thomas em quem ele realmente deveria confiar, e quem era seus inimigos. Personagens secundários, como a viúva Jeanette, Sir Simon, entre outros deram um toque de maestria a história. Todos com papéis importantes, com características próprias e bem definidas. 
A busca pelo Graal só começa lá pela metade do livro, quando revelações vem mudar o mundo de Thomas. E vieram na hora certa. Bernard comprova que é um escritor que sabe conduzir uma história. Não indico para qualquer pessoa. A narrativa do autor é mais calma, mas mesmo assim, viciante. Além disso, tem cenas fortes ao longo do livro. O arqueiro tem um ápice e um desfecho, mas mesmo assim, deixa pontos para o próximo livro da trilogia, O Andarilho, que já está na lista das próximas leituras.

1 comentário:

  1. Ahh que legal que você gostou e que caiu bem com o teu momento de aprendizado.
    Eu quero muito ler o Bernard, pois conheço muitos fãs dele e parece que vai me agradar.

    Ao ler tua resenha me recordei que tenho um livro que adoro e que vai te interessar agora talvez, é nesse mesmo estilo.

    Me lembra a próxima vez que fores lá em casa.

    liliescreve.blogspot.com

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